DONS E MINISTERIOS

Felipe Heiderich

 Textos base:

I Pe 4.10-11, Rm 12, I Co 12.1-11 e 28 a 30 e Ef 4.11.

Objetivo:

Como sair de uma igreja de “cargos e poderes” para uma “igreja de ministérios”?
Como ser uma “igreja pluralista” vivendo em “unidade”?

Introdução:

Não buscamos uma igreja perfeita – isso só no céu. Buscamos uma igreja completa, como foi à igreja primitiva. Faço aqui um apanhado geral para mostrar as caracteristicas mais marcante de cada movimento que hoje são principalmente 3: Tradicionais, Pentecostais e Neo-Pentecostais (Cada igreja tem suas particularidades, o objetivo é mostrar o âmbito geral). E com isso mostrar que todos são incompletos em si, como eu e você somos, mas que podemos aprender com a Bíblia e com os outros, que as nossas diferenças não nos separa, mas antes é um excelente motivo de aproximação.

Ex.:

PENTECOSTAIS – São caracterizados pelos dons, principalmente de profecias e curas, sonhos e visões, porém, muitas vezes, deficientes em tratamento e cura da alma; também na área de adoração e louvor, equivocados e incompletos em libertação, indiferentes na questão familiar;

TRADICIONAIS – Organizados, estudiosos, alicerçados nos fundamentos Bíblicos, na área musical tem grande experiência, cuidado familiar e doutrinário e missões transculturais; porém deficientes nos carismas espirituais, no evangelho de massa, na libertação, na oração e intercessão regular e sem experiência na área profética;

NEO PENTECOSTAIS – Avivados, adoradores, evangelistas pessoais, cuidadosos com a família, visão de crescimento, contudo, pôr muitas vezes desorganizados ou sem conhecimento profundo da palavra, alicerce doutrinário fraco e necessidade de melhor conhecimento e aplicação dos dons.

DON – grego – KARISMA – Graça, dádiva, favor.


Enganos sobre os Dons:

·         Foi um mover só para a época dos apóstolos;
·         Só aconteceu porque a igreja ainda estava em formação;
·         O Espírito precisou agir porque os obreiros eram poucos; e

Se o Espírito Santo agiu somente naquela época, hoje a igreja caminha pelo poder dos homens?

Pontos básicos sobre os dons:

  • São dados pelo Espírito Santo ao crente desde a sua conversão (I Co 7:7);
  • Tem como finalidade básica a edificação do Corpo de Cristo (I Co 12:7 e Ef 4:12);
  • Não existe um número limitado de dons (I Co 12:4 e 11);
  • Todos os dons são para os dias de hoje e são úteis e aplicáveis na Igreja. (I Pe 4:10);
  • Todo crente possui pelo menos um Dom (I Co 7:7);
  • Os dons podem ficar adormecidos mas não são retirados do crente (II Tm 1:6 e Rm 11:29);
  • O Dom é diferente de talento. Ambos são dados por Deus mas dom é sobrenatural e o talento é natural; e
  • Os dons só cessarão com a volta de Cristo (I Co 13.8-10, At 2.16-20 e I Co 1.4-9).

  
 Como conseqüência do Espírito Santo habitando em nós temos:

1 – O Fruto do Espírito: Caráter de Deus, Vida em Santidade – 2 Co 3.18 e Gl 5.22-23;
2 – Manifestação do Espírito: (Phaneroses – revelar, mostrar) – I Co 12.4-6.

2.1 - DONS:
Como função (atividade) no Corpo – Rm 12.4-8;
Como carismas ou virtudes (charismata) – I Co 12.6-11.

2.2 - MINISTÉRIOS:
Como conseqüências dos dons – I Co 5.1-20;
Como ministérios principais no Corpo – Ef 4.11-13.

2.3 - OPERAÇÕES (energemata):
Salmos e cânticos espirituais – Ef 5.18-20;
Embriagues do Espírito – At 2.12-14;
Intrepidez – At 4.31 e 14.3;
Arrebatamento físico – At 8.39-40, 2 Co 12.2-4 e Ap 4.1-2;
Visões – At 7.55-56 e 10.10-20.
  

OS DONS:


1Co 12:8-11
"Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, apalavra da ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer.”


São Nove:

Dons de Saber :
·         Palavra de sabedoria.
·         Palavra de ciência (ou conhecimento)
·         Discernimento de espíritos.

Dons de Fazer :
·         Fé.
·         Cura.
·         Operação de milagres.

Dons de falar
·         Profecia.
·         Variedade de línguas.
·         Interpretação de línguas.


Palavra de Sabedoria
É uma promessa do Senhor Jesus (Lc 12:11-15 e 21:12-15). Pode se manifestar como uma capacidade de defender o evangelho (Estevão em At 6:9-10), para o aconselhamento à irmãos e ainda por uma palavra prudente em questões difíceis (contendas e divisões na Igreja). Deus traz a sua mente, te faz lembrar de algo já conhecido.

Palavra de Conhecimento
É a revelação pelo Espírito Santo de algo oculto ou desconhecido aos homens. O Espírito, que tudo conhece (por ser Deus) revela algo que, de maneira natural, não poderia ser sabido por ninguém. Ex: Ananias e Safira (At 5) e II Pe 3.15-16 sobre a revelação de Paulo.

Discernimento de Espíritos
É um Dom ligado a proteção do rebanho, pois o Espírito Santo capacita o crente para perceber falsos mestres (I Jo 4:1-3) e detectar espíritos enganadores (Mt 7:15). É um Dom útil ao ministério pastoral para detectar também comportamentos errados e falsos ensinos (Gl 2:11-14). Um dos dons mais necessários nos últimos dias. NÃO É PARA LER PENSAMENTOS.

Não é o que chamamos fé para “salvação”. É a capacidade do crente de ter a certeza que suas orações estão sendo respondidas. Uma pessoa com esse Dom anima todas as outras em situações difíceis, levando-as a perseverar. (Mc 11:24 - ele já fez! / At 27:21-26 - Paulo declarando a salvação e Sobre Abraão e Isaque)

Cura
É um Dom para ser usado na Igreja e está muito ligado a fé. Tem como propósito libertar doentes e aflitos e destruir as obras de satanás, confirmar a palavra pregada, dar testemunho de Jesus Cristo e glorificar ao Pai. Toda cura é obra divina mas não há mal em tomar remédios (II Rs: 20:7).

Operação de Milagres
Visa ressaltar e confirmar para a Igreja o poder de Deus e Seu senhorio sobre tudo, incluindo as forças da natureza e a matéria. Milagres são a concretização de tarefas impossíveis, realizações espirituais (água em vinho, mar vermelho se abrindo, Jesus andando sobre as águas, acalmando a tempestade, multiplicando pães e também como cura).

Profecia
É expressar palavras. Quando o Espírito Santo usa alguém para falar a igreja ou a outra pessoa. Não deve ser confundida com a pregação, embora a pessoa possa profetizar enquanto prega. NÃO É PREDIZER O FUTURO. Ler I Co 14.

Dom de Línguas (único para edificação própria)
É o Dom que causa maior polêmica dentro da Igreja. Existem, segundo a Bíblia, “língua dos homens” (At 2) e “língua dos anjos” (I Co 13 e 14). É importante lembrar o sobre ele:
Este é o menor dentre os dons;
Não é marca obrigatória da habitação do Espírito Santo;
O que fala em línguas deve orar para interpretá-las a fim de edificar a Igreja; e
Deve ser usado na Igreja como ensinado em I Co 14.

Interpretação de Línguas
É o entendimento das línguas para comunicá-las a Igreja, visando a edificação do Corpo de Cristo. É um Dom complementar e muito necessário aos que possuem o Dom de línguas.

Recebemos os dons para servir

Tanto em Romanos quanto em I Coríntios Paulo fala sobre o corpo de Cristo, a Igreja; e em seguida fala sobre os dons.

Ele começa falando que somos o corpo de Cristo, que somos membros uns dos outros, que cada membro tem a sua função e em seguida fala dos dons.

A vida no corpo de Cristo está diretamente ligada com a operação dos dons.
A edificação do corpo se dá pelo próprio corpo de acordo com o fluir dos dons.

O Espírito Santo opera em cada um de nós e capacita a cada um de nós para vivermos no corpo de Cristo de forma abençoadora, edificando os que estão a nossa volta. Quer seja comprofeciaspalavrascurasensino, em tudo.

É o Espírito Santo que promove os ligamentos do corpo, articulações. Ele é a seiva da videira. (ex: engrenagem e óleo)

Se quisermos ser cheios dos dons do Espírito temos que nos envolver com a vida do corpo (igreja), temos que nos relacionar uns com os outros. Deus não vai nos encher de dons se estivermos isolados, vivendo individualmente e sem relacionamento com os irmãos. Todos os dons que recebemos são para edificação da igreja  (1Co 12:7), somente o dom de línguas é para edificação pessoal (1Co 14:4).

I Pe 4:10-11
Servindo uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale como entregando oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força que Deus concede; para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o domínio para todo o sempre. Amém.”

Qual a função do despenseiro ? Entregar aquilo que está guardado na despensa.
Devemos entregar (manifestar) a igreja aquilo que temos recebido de Deus como bons despenseiros, para que todos sejam edificados e  Deus seja glorificado.



OS MINISTÉRIOS


A palavra ministério vem do grego:

Diakonia: todo tipo de serviço, SERVIR (Lc 13.37, Jo 12.2, I Co 3.5, Hb 1.14 e Rm 15.8).

E também pode ser vista como:
Doulos: trabalho feito por um escravo ao seu senhor, um servo (At 4,29, I Co 9.19 e 7.12 e Cl 4.12).

MINISTÉRIO - vida de serviço na Igreja.

É quando Deus, em sua soberania, escolhe alguns homens para certas funções. Ele os chama e concede dons para um ministério específico. Este dom é uma graça (capacitação) que alguém recebe para desempenhar determinada função no corpo.

Os ministérios são 5 (são chamados de ministérios quíntuplos):
1.      Pastores – são os que pastoreiam as ovelhas de Deus;
2.      Evangelistas – é um comissionamento direto do Senhor para Pregar a palavra para salvação de almas;
3.   Mestres – são os que ensinam a palavra, não por habilidade natural, mas por capacitação do Espírito Santo;
4.      Profetas – fala por inspiração e revelação direta de Deus;
5.      Apóstolos – engloba quase todo tipo de ministério.


PASTOR

Ef. 4:11

 

Exceto para o caso de Jesus, a palavra “pastor” é usada somente uma vez no N.T.

Isso parece estranho se entendermos que este é o ofício mais amplamente reconhecido no ministério cristão hoje. Mas, há muitas referências indiretas a este ofício.

A palavra grega traduzida como pastor significa literalmente “pastor de ovelhas”.

O ofício é aplicado ao Senhor Jesus Cristo, nosso grande exemplo de um verdadeiro pastor (Jo. 10:11; Hb. 13:20; 1 Pe. 2:25; 5:4).

Jesus é o grande Pastor, o Pastor supremo, de todas as ovelhas de Deus.

Jesus tem pastores auxiliares. Um ministro pastor é um pastor auxiliar.

 

Os pastores são necessários para o amadurecimento e preparação dos santos.

Nos dias do N.T., no começo da igreja primitiva, eles precisavam de pessoas para exercerem a função de supervisão e cuidado do rebanho. Este é o ofício de pastor.

Jesus teve compaixão das pessoas “porque estavam como ovelhas sem pastor”. Ovelhas sem pastor ficam dispersas e desviam-se, vemos isso em grupos onde não há pastores.

Aquele que é chamado para ser pastor se estabelecerá na localidade do rebanho.

 

O pastor tem a supervisão do rebanho.

Jesus é o Grande Pastor. Ele é o Cabeça, o Supervisor de toda a Igreja – o Corpo de Cristo. O pastor é o cabeça, o supervisor do rebanho local. O corpo local é encabeçado pelo pastor. A habilidade de governo da igreja é encabeçada pelo ofício pastoral.

O ofício de pastor não é mencionado em 1 Co. 12:28. Mas, “governos” é listado na relação de dons do ministério que Deus estabeleceu na igreja.

Supervisores – a palavra “bispo” e a palavra “supervisor” são as traduções da palavra grega “episkopos”. Ela comunica um significado de liderança definida e posição oficial.

Paulo aos anciãos da igreja em Éfeso (At. 20:28), usa a palavra “episkopos”. Para alimentar a Igreja de Deus com a Palavra, estas pessoas deviam ter sido mestres, que eram espiritualmente equipadas para alimentar o rebanho.

Não neófito(1 Tm.3:6). A igreja primitiva estava em sua infância e os crentes eram neófitos, exceto pelos apóstolos do Cordeiro. Eles não começaram nesse ofício. Leva tempo para Deus desenvolver esses ministérios, incluindo o ministério pastoral.

Em 1 Tm.5:17, vemos o ofício de supervisor novamente, que caracteriza o ofício de pastor.

 

O pastor é o ofício que sustenta a igreja, como o tronco ao corpo.

Sem o dom do ministério de pastor, todo serviço dos outros ministérios são praticamente em vão. Não importa quão grande seja o evangelista, e quantas almas ele ganhe, se não houver ninguém para pastorear as ovelhas, elas estão prontas para se desviarem.

Em nenhum outro ofício são dadas tantas instruções no N.T., considerando que os termos “anciãos que presidem” e “bispo” referem-se ao ofício pastoral e não a qualquer um outro.

 

É o Espírito Santo que faz de homens pastores, não homens ou instituições.

 

Deus tem provido equipamento sobrenatural (credenciais) para o pastor. 

O pastoreamento sobrenatural é marcado pelos dons do Espírito que trazem conhecimento e edificação ao corpo, palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, línguas e/ou interpretação.

 Espírito Santo tem equipado a igreja do N.T. com habilidade sobrenatural, poder sobrenatural, dons sobrenaturais. Ele os equipa sobrenaturalmente para permanecerem neste ministério.

Uma das marcas mais notáveis de um pastor é um coração de pastor.

Eles são leais ao rebanho, e às vezes até mesmo ao custo de si privarem de muitas coisas por causa do rebanho. É necessário um coração de pastor para cuidar dos bebês em Cristo, para amá-los, nutri-los com a Palavra, sustentá-los enquanto estão tentando andar.


Um pastor não precisa ser um bom pregador, ele precisa pastorear ovelhas, ama-las e cuidar delas. O ensino da igreja pode vir através dos mestres.


O EVANGELISTA

Ef.4:11,12; 1 Co.12:28

 

A palavra “evangelista” ocorre apenas três vezes no N.T

Em Ef.4:11.

Em At. 21:8, a Bíblia fala de “Filipe, o evangelista’.

E 2 Tm.4:5, Paulo disse a Timóteo, que era o pastor de uma igreja no N.T. naquele tempo, para “fazer o trabalho de um evangelista”.

 


O significado da palavra “evangelista” é: alguém que traz o evangelho (as boas-novas); um mensageiro de boas notícias.

 

O evangelista traz a mensagem da graça redentiva de Deus. Seu tema favorito do evangelista é a salvação em sua forma mais simples.

 

O único exemplo no N.T. é o de Filipe. O ministério de Filipe é o modelo porque é o único que Deus nos deu.

Filipe só tinha uma mensagem, a mensagem era Jesus Cristo. Em Samaria (At.8:5), para o Eunuco (At. 8:35).

Uma notável característica dos evangelistas é essa: não importa por qual parte da Escritura eles comecem, eles sempre pregam a Jesus. Este é o chamado deles. Esta é a mensagem deles.

 

Se o dom de Deus ou comissionamento do evangelista está em alguém, não é necessário que este suplique para ser o evangelista; haverá uma forte chama no seu íntimo incitando-o para a pregação do evangelho.

Felipe começou como diácono (ministério de socorros ou auxílio) na igreja (At.6:1-6). Os apóstolos o ordenaram como diácono, mas não lhe deram nenhum comissionamento para evangelizar como em Samaria. Com resultados gloriosos.

Paulo disse: “porque ai de mim se não pregar o evangelho!”(1 Co.9:16). Se alguém tem um chamado dirá como Paulo, não importa qual seja o seu ofício.

 

Marcas do verdadeiro evangelismo conforme o modelo do N.T.

Proclamação sobrenatural. Havia algo para ver e ouvir no ministério de Filipe (At.8:6).

Havia operação dos dons espirituais e particulares, necessários ao seu ministério – operação de milagres e dons de curar. A operação desses dons através dele eram a melhor maneira de proclamação do Evangelho.

No verdadeiro evangelismo deve haver pregação da Palavra de Deus.

- No ministério de evangelista a pregação da Palavra de Deus é essencial.

- O poder de Deus irá atrair uma multidão. Curas e milagres prendem a atenção. Mas as pessoas só são salvas depois de ouvirem a Palavra e crerem. Ninguém foi salvo antes de Filipe pregar (At 8:12), a salvação foi resultado da pregação.

- Paulo disse a Timóteo: “prega a Palavra” (2 Tm 4:2).

- Somente a pregação da Palavra afeta a vontade do pecador.

Decisão individual. A conversão é uma decisão pessoal. É algo entre o espírito humano e Deus. O dom supremo de um evangelista é a capacidade sobrenatural de levar uma alma à decisão por Cristo.

Felipe não tinha habilidade para estabelecer uma igreja, ou firmar pessoas na Palavra, ou ensina-las. Ele não tinha os equipamentos especiais que Pedro e João tinham, mas cumpriu seu papel em levá-los a Deus através da salvação por meio de Jesus Cristo. Então, os apóstolos enviaram outros para conduzi-los.

Uma pessoa nunca será capaz de fazer tudo. E não deve. Cada um de nós é limitado.

 Todo ministro é limitado – mas Deus não é limitado. Precisamos uns dos outros.

O evangelista estará onde os não salvos estiverem.




O MESTRE

Ef 4:11; 1 Co 12:28,29; Rm 12:4-8.

 

Os mestres e o ensino de palavra abrangem um lugar bem definido e importante no N.T. Uma pessoa pode permanecer no ofício de mestre juntamente com qualquer dos outros ofícios.

 

O dom do ensino é um dom de Deus.

Deus está falando de um ofício quando fala sobre o mestre (Rm 12:4).

Temos a impressão de que o dom que a Escritura fala são os professores da EBD.

A igreja primitiva não tinha EBD. Ela teve seu início após o séc. XVIII.

Naturalmente uma pessoa que conhece a Bíblia pode ensinar o que sabe. Qualquer cristão pode e deve compartilhar o que sabe ajudando e ensinando os outros, mas isso não é o dom de ensino citado na Escritura.

 

O ministério de ensino requer um dom divino. É um revestimento DIVINO PARA ENSINAR A PALAVRA DE DEUS.

A unção para o ensino trará não só o conhecimento, mas a vida que só o Espírito Santo pode dar a letra, que por si é morta.

 

Um verdadeiro mestre do evangelho nunca irá ensinar o erro doutrinal que irá dividir o corpo de cristo. Ele não o dividirá por que o corpo de cristo é um só.

Devemos nos lembrar que o Corpo de Cristo é constituído por todos os salvos e santos em Cristo Jesus. O Corpo de Cristo não se resume a igreja local.

 

O mestre é equipado de sabedoriaNão tentará convencer a todos os cristãos à fé pela sua força. Alguns nunca a aceitarão.

 

O trabalho de um mestre é edificar, trazer crescimento.

Jesus deu os mestres para a edificação (construção) do corpo de Cristo (Ef 4:11,12). Edificar significa construir, acrescentar, desenvolver e dar crescimento. Se o efeito do ensino não for esse, deixe-o. Paulo disse isso à igreja de Corinto e aos cristãos hebreus (1 Co 3:1,2; Hb 5:11-14).

 

Os mestres devem sempre estar abertos e prontos para receber novas revelações da verdade da palavra de Deus.

A revelação marca o ministério de mestre.

O mestre é alguém que sempre quer aprender e sempre terá algo novo para ensinar.

Mantém seu coração e mente sempre dependentes do Espírito.

Está sempre disponível para ensinar.

Não é um “sabe tudo”. Deus traz a revelação da verdade à medida que nos aprofundamos em Sua Palavra.

 



O PROFETA

1 Co 12:28; Ef 4:11

Há profetas (ministros) nos dias de hoje?
A Palavra de Deus diz que sim (Ef.4:11). Embora muitos afirmem o encerramento de certos ministérios a Palavra de Deus a firma que todos ainda permanecem até que Jesus volte para Sua Igreja.

O que constitui o ministério de profeta?
Um profeta fala por inspiração divina direta, uma revelação imediata – não algo que ele pensa, mas algo dado subitamente por inspiração repentina.
Há diferenças entre profetizar – embora um profeta possa profetizar – e o ministério de profeta – At 21:8-11.
-          as quatro filhas de Filipe profetizavam. Significa que nelas operava o dom de profecia (1 Co 14:3).
-          Ágabo era profeta. Ele exercia o ofício e neste trecho ele não está profetizando e sim relatando o que o Espírito lhe havia revelado.
O ministério profético não é esporádico como aquele que fala profecias, é uma vida diária. A pessoa recebe revelações do Senhor a qualquer hora e em muitas vezes com estudo da palavra e oração. Não necessariamente a pessoa do ministério profético precisa falar em línguas na hora em que profetiza.
Para permanecer no ofício de profeta, a pessoa precisa como condição necessária já ter em operação, uma manifestação consistente dos dons de revelação (palavra de sabedoria, palavra de conhecimento, discernimento de espíritos).

 - Os três dons de revelação são:
Palavra de sabedoria: Revelação sobrenatural pelo Espírito de Deus de fatos já conhecidos.
Palavra de conhecimento: revelação sobrenatural pelo Espírito de Deus de fatos que ninguém conhece.
Discernimento de espíritos: Discernimento sobrenatural para dentro da dimensão espiritual. Enxerga e/ou ouve na dimensão espiritual.

Qualquer crente cheio do Espírito pode ter manifestações ocasionais destes dons, conforme a vontade e necessidade do Espírito. Mas um profeta tem um ministério equipado com estes dons.
Um profeta tem visões e revelações.

– Há três tipos de revelações e também três tipos de visões:
Visão espiritual: Uma pessoa tem a visão no seu espírito, ou vê em seu espírito. Um exemplo é Paulo no caminho de Damasco (At.9:1-8).
Êxtase: Quando uma pessoa entra em êxtase, seus sentidos físicos ficam insensíveis. A sensibilidade de onde se está, ou a respeito do mundo físico, desaparecem. Ela não fica inconsciente; ela torna-se apenas mais consciente das coisas espirituais do que das físicas. Paulo em At 22:17,18; Pedro em At 10:10,11 – ambos enxergaram na dimensão espiritual.
Visão aberta: Quando isto ocorre os sentidos físicos não ficam suspensos. Seus olhos físicos estão abertos. O indivíduo permanece com toda a sua sensibilidade física, e ainda vê e ouve na dimensão espiritual. No livro de Apocalipse capítulo 1, parece que João viu ao Senhor numa visão aberta.

Os profetas do Antigo Testamento eram chamados de videntes. Eles viam e sabiam de algumas coisas de maneira sobrenatural (1 Sm 9).
O Profeta não é um vidente a ser consultado.
Estamos numa aliança superior (Hb 8;6). Temos a mesma presença dentro de nós que estava encerrada no Santo dos Santos. Nós somos o templo (1 Co 3:16; 6:19; 2 Co 6:12). Quem guia é o Espírito (Rm 8:14). Todo crente precisa aprender a si orientar pelo testemunho interior do Espírito Santo. Há pessoas querendo assumir o lugar do Espírito Santo de Deus, controlando e guiando outras através de “profecias”. Isso não é Bíblico.
Saiba em seu próprio espírito como Deus o está guiando. Se algo confirma o que você tem sem seu espírito bem, se não esqueça!

Ponha apalavra de Deus em primeiro lugar.
Não desenvolva seu ministério sobre manifestações sobrenaturais. Mesmo se seu ofício é de profeta, construa-o sobre a Palavra (pregação e/ou ensino).
É perigoso sentir-se na obrigação de que seu ofício deva sempre entrar em operação.
Se você tenta manifestar ou operar algo no mundo espiritual sem o Espírito, você esta abrindo uma porta para o engano de poderes espirituais ocultos. Isto ocorre porque você deixou a Palavra.

 

Como saber se a profecia vem de Deus ou do inimigo?

Em 1 Co.12:1-3 diz que quando o Espírito Santo está em operação, Ele sempre faz de Jesus o Senhor, Ele diz que Jesus é o Senhor. Ele glorifica a Jesus. Ele não atrai atenção para o homem e o faz senhor. Esteja sempre firmado na palavra. Tudo aquilo que for contrario a palavra não vem de Deus.

Não fique temeroso por causa dos maus espíritos, abra-se para Deus, renda-se e convide o Espírito Santo a Se manifestar em nosso meio nos vários e diversificados ministérios que Ele estabeleceu na Igreja.

 

Se Deus o chamou para dado ofício, você não entrará nele imediatamente, você estragaria tudo se entrasse na plenitude dele imediatamente. Mas Deus acrescentará um pouco aqui e um pouco ali. Se Ele tem em mente estabelece-lo num dado ofício, se você for fiel, então, quando Ele puder confiar em você, Ele o estabelecerá.

Deus não violará os princípios estabelecidos em Sua Palavra. O Espírito de Deus disse através de Paulo para que nenhum neófito seja estabelecido como presbítero, e então se ensoberbeça e caia na condenação do diabo (1 Tm.3:6). O mesmo é válido em outros ofícios, ao sentir o seu chamado é fundamental esperar que Deus o estabeleça e não tentar estabelecer a si mesmo.

Não há motivo de orgulho ou soberba em ser usado por Deus. Além do mais lemos no A.T. que Deus usou um burro para falar em hebraico. Aquilo não fez do burro nada de especial. Então se Deus o usar, louvado seja o Senhor, dê-lhe toda a glória.

Não fique fascinado com nomes e títulos.




O APÓSTOLO

1 Co.12:28; Ef.4:11.

 

A ordem estabelecida por Paulo não diz respeito à hierarquia, mas a ordem de necessidade para o corpo.

Foi essa ordem que Deus “estabeleceu” ou desenvolveu dons ministeriais na igreja primitiva.

No estabelecimento da igreja universal (apóstolos e profetas) estes ofícios é que propagaram a revelação do N.T., que é o fundamento sob o qual a Igreja em todas as gerações deve se estabelecer.

 

Este ofício foi estimado porque foi ocupado pelo próprio Cristo – Hb. 3: 1.

A palavra grega “apóstolos” quer dizer “alguém enviado”.

Jesus é o maior exemplo de alguém enviado – Jo. 20:21.

 

As credenciais de um apóstolo – 2 Co. 12:12.

Sinais, prodígios e poderes miraculosos.

 

Os frutos de um apóstolo (ministério apostólico) – 1 co. 9:1.

O fruto do ministério apostólico de Paulo eram pessoas que estavam solidamente embasadas na Palavra – 1 Co. 9:2. Paulo podia também apontar para igrejas solidamente estabelecidas.

A verdadeira natureza do chamado apostólico (1 Co. 4:15). Paulo era um pai espiritual para aqueles a quem havia estabelecido na fé (1 Ts.2:6-12).

Paulo não tentava dominar e governar as pessoas, ele as exortava e admoestava os crentes a viverem por modo digno de Deus.

 

Um apóstolo é também um pregador e mestre da palavra – 1 Tm 2:7; 2 Tm 1:11.

 

Um ministério de apóstolo parece englobar todos os outros dons ministeriais.

O apóstolo precisa em seu ministério ter todos os outros dons incluídos.

Após serem estabelecidas as igrejas, os apóstolos podem exercer supervisão (1 Co.9:1,2), até que nelas seja estabelecida autoridade espiritual sobre si mesmas.

 

Há apóstolos hoje?

Para melhor compreensão podemos dividir o ofício apostólico em quatro classes:


Jesus o Apóstolo do Pai – ele ocupa uma classe por si mesmo. Em Hb.3:1, Jesus foi chamado de Apóstolo e Sumo Sacerdote. Ele foi “enviado” pelo Pai para estabelecer seu Reino. Nenhum outro apóstolo (ou enviado) terá algum dia esse mesmo chamado.


Apóstolos do Cordeiro – estes eram os doze apóstolos que foram testemunhas oculares da vida, ministério, morte, sepultamento e ressurreição de Jesus (At.1:21,22). Há somente doze apóstolos do Cordeiro (Ap 21:14), nem mesmo Paulo seria um no sentido em que eram os doze.A Bíblia diz as qualificações dos doze, quando da seleção daquele que substituiria Judas – At.1:15-22.


Apóstolos do N.T. – isto inclui Paulo e Barnabé e os outros apóstolos do Novo Testamento: Barnabé e Paulo (At.14:14), Tiago, o irmão do Senhor (Gl.1:19), Andrônico e Júnias (Rm.16:7), Silvano e Timóteo (1 Ts.1:1; 2:6), Apolo (1 Co.4:4-9). No caso dos dois irmãos não nomeados (2 Co.8:23) e Epafrodito (Fp.2:25) a palavra traduzida por mensageiro é a mesma palavra grega traduzida por apóstolo nos outros lugares.


Apóstolos hoje – é preciso esclarecer que o fundamento da Igreja no mundo já foi lançado e este trabalho foi realizado pelos apóstolos do Cordeiro e os apóstolos do N.T. (1 Co.3:10). Os apóstolos contemporâneos não são chamados para lançar os fundamentos eles têm um chamado para direcionar a igreja, para dar o rumo e fazer valer o foco ministerial.

Há ofício de apóstolo ainda hoje?  Sim, conforme Ef.4:8, 11-13. Neste texto todos os dons do ministério têm objetivos para os nossos dias e o tempo estabelecido (Ef.4:13) para o vencimento de sua validade ainda não foi alcançado, só o será com a volta de Cristo.

 

Que marcas devemos observar em um apóstolo hoje?

Acima de tudo, um pregador e mestre da Palavra.

Dons espirituais observáveis e proeminentes (credenciais).

Profunda experiência pessoal.

Poder e capacidade de estabelecer igrejas.

Capaz de prover liderança espiritual adequada.

 

A igreja como noiva de Cristo está se restaurando e amadurecendo nos últimos séculos no processo de preparação para realizar a tarefa da grande comissão.

Começou com a reforma protestante onde foi restaurado na igreja, (1) a autoridade das escrituras, (2) a justificação pela fé, (3)o sacerdócio de todo crente.

Apóstolos são lideres com carisma.
Carisma se aplica a certa qualidade de origem divina, que repousa sobre um certo individuo de forma sobrenatural, concedendo-o qualidades, poderes e habilidades que não são normais em pessoas comuns.
Esta liderança carismática não pode vir de uma organização, como uma promoção em certa posição de liderança, não advêm de nenhum sistema corporativo, mas diretamente de Deus.
Genuínos apóstolos são reconhecidos por seus liderados como servos, e quando isto acontece, a autoridade é liberada porque os seus seguidores crêem que qualquer decisão do apóstolo será sempre para beneficio deles. - Apóstolos são como pais.
Os que se relacionam com o apóstolo, o tem como um pai, e pais espirituais fornecem proteção, exemplo, correção, delegação de autoridade.
Isto é tão importante que irá fazer os filhos crescerem em fé, onde muitos serão liberados para exercerem seus próprios ministérios.

Função do Apóstolo
Um apóstolo pode receber em um caso a autoridade para liderar várias igrejas, em outros para fazer batalhas espirituais de alto nível, já que recebe um comissionamento para isso. Pode também atuar na restauração de algum ministério ou direcionamento da igreja. Lembrando sempre que o maior de todos os apóstolos (Jesus) foi servo e por isso deve o apóstolo ter em seu coração o desejo de servir e se entregar pela obro de Deus, assim como os primeiros apóstolos fizeram.


Dons Ministeriais

As lista de 1 Co 12 trás os 9 dons de poder. Esses dons são capacitações do Espírito Santo, não se pode adquiri-lo em outros lugares nem aprend-los. Existem outros chamados dons que estão listados em Rm 12 como dons de contribuição, de exortação, misericórdia entre outros que são dons ministeriais. São dons auxiliares aos ministérios. São da mesma forma capacitação do Espírito Santo para determinada obra, mas não são dons de poder exclusivos de manifestações espirituais.

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