COMO CRISTÃO, POSSO PROTESTAR? - Davi Liepkan
Em uma época que entrará para os livros de história e será lembrada por causa da reação popular contra o governo, fica a pergunta: como cristão, posso protestar?
Os que defendem a passividade do cristão em relação à política citam versículos como “Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, sejam obedientes, estejam sempre prontos a fazer tudo o que é bom” (Tt 3.1). Também “Por causa do Senhor, sujeitem-se a toda autoridade constituída entre os homens; seja ao rei, como autoridade suprema, seja aos governantes, como por ele enviados para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem” (1Pe 2.13-14). Será que esses textos querem dizer isso mesmo? O cristão deve ser politicamente passivo?
A Bíblia está repleta de exemplos de reações contra a opressão, mesmo a que vem de um governo legitimamente constituído, mas que se corrompe. Isaías foi um dos profetas que clamou contra o governo. Ele denuncia em nome de Deus “Seus líderes são rebeldes, amigos de ladrões; todos eles amam o suborno e andam atrás de presentes”. (Is 1:23); e também convida “Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva” (Is 1:17).
Ainda temos um exemplo no Novo Testamento de um profeta que foi preso por levantar seu protesto contra o governante. É João Batista. Ele repreendeu publicamente o governador romano, Herodes, por sua imoralidade, pois tomou como esposa sua cunhada, além de muitas outras maldades. João morreu por causa da sua coragem.
Não! Lutar pacificamente pelo direito, por aquilo que é certo, pela justiça não é errado.
Os textos de Tito e Pedro falam sobre a obediência dentro da lei. Denunciar o erro é dever de quem está a serviço de Deus.
Davi Liepkan
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