HISTÓRIA - OS MELANCÓLICOS DIAS FINAIS DE DOM PEDRO II
OS MELANCÓLICOS DIAS FINAIS DE DOM PEDRO II
O Imperador viveu seus últimos dias de uma maneira bem diferente da qual estava habituado
CAIO TORTAMANO PUBLICADO EM 30/11/2019, ÀS 08H00
Após ter sofrido o golpe de Estado que acabaria com a Proclamação da República em 1889, D. Pedro II, Imperador do Brasil até então, foi expulso do país. O local de seu exílio foi a França, mais precisamente a cidade-luz, Paris.
Em seus últimos anos, D. Pedro viveu no hotel Bedford, que não era de grande luxo, muito menos para um Imperador que ficou quase 60 anos no poder - mas estava de acordo com a sua vida simples. Longe da família, boa parte já havia falecido, estava rodeado por apoiadores da coroa no Brasil, que já não figuravam o campo político com tanta presença.
Seu ânimo também não estava nada bom. No Brasil ele sentia que a monarquia estava com os dias contados e vivia em melancolia durante seu exílio lembrando da terra pela qual ele era apaixonado.
Uma das figuras mais presentes ao lado de Pedro II foi a de Claudio de Motta Maia, o profissional já acompanhava o Imperador como médico pessoal por uma década e até recebeu o título de Conde das mãos de Dom Pedro II.
Com 65 anos e vítima de uma saúde instável, Dom Pedro conheceu a sua derradeira patologia depois de ter andado de carruagem por Paris. Em uma fria noite, decidiu passear a noite às margens do Rio Sena, mas com a carruagem aberta.
Depois de ter retornado ao hotel, o Imperador se sentiu resfriado e a febre virou uma pneumonia nos dias que se seguiram. Em 5 de dezembro de 1891, o então imperador veio a óbito.
Houve muito simbolismo ao redor de seu enterro, Isabel, sua filha, desejava que a cerimônia fosse discreta e fechada apenas para um círculo próximo de amigos. Mas o governo francês solicitou que fosse realizado um evento oficial para marcar a sua morte.
Embaixo do travesseiro que repousava a cabeça do Imperador, estava um livro, simbolizando que ele levaria o conhecimento mesmo após a morte. Outro item curioso que foi enterrado junto com Pedro II foi uma urna com terra de todas as províncias brasileiras, solicitados por ele para que fossem enterradas juntamente com o seu corpo.
Mesmo tendo sido retirado do poder, muitas manifestações de condolências foram prestadas no Brasil e, apesar do esforço dos republicanos em abafar a morte do Imperador, sua morte foi sentida por todo o país.
Para saber mais sobre Dom Pedro II recomendamos as obras a seguir:
D. Pedro II – A história não contada: O último imperador do Novo Mundo revelado por cartas e documentos inéditos, Paulo Rezzutti (2019)
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D. Pedro II, José Murilo de Carvalho (2007)
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Dom Pedro II na Alemanha: Uma amizade tradicional, Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança (2014)
As Barbas do Imperador, Lilia Moritz Schwarcz (1998)
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