Parábola Futurista (Sem qualquer pretensão doutrinária)
Berlim, 07/06/1967,
Marybíblia, e sua filha estavam passeando na Av. Kurfstendam, quando
microfones começaram a propalar uma notícia importante: Os Judeus haviam
conseguido resgatar Jerusalém dos Árabes, na Guerra dos Seis Dias. Cinquenta anos se passaram…
Crente fervorosa e leitora assídua da Bíblia King James (embasada no Textus Receptus de Erasmo, o único texto realmente merecedor de confiança por parte dos cristãos verdadeiros), Marybíblia sentiu um enorme desgosto, quando escutou aquelas gritantes heresias faladas por um ministro protestante, cuja Igreja, fundada por Lutero, transformou o mundo com a tradução da Bíblia para o Alemão, exemplo seguido pela Inglaterra e Suíça, em suas respectivas línguas. E foi assim que esses países se transformaram nos mais importantes centros da Reforma Protestante.
A velhinha (de 87 anos) sentiu, de repente, o peso dos anos, dos quais 39 haviam sido gastos na pregação do Evangelho de Cristo, na leitura da Bíblia e na tradução de textos do Inglês para o Português, maneira de ajudar os irmãos que não têm acesso ao idioma de Shakespeare. Olhou as mãos enrugadas e calejadas, de tanto escrever no papel, para em seguida transportar os seus escritos para o computador, podendo, desse modo, melhorar o estilo, expressando-se, claramente, na língua de Rui Barbosa. Sentiu uma depressão arrasadora, pensando: “Que adiantou tanto empenho, se apenas algumas almas foram ganhas e nem mesmo minha filha mais velha crê no Senhor Jesus para ser salva?” Lágrimas lhe escorreram pela face enrugada, deslizando sobre o creme hidratante “Nívea”. Procurou um lenço na bolsa e enxugou as lágrimas, depois olhou para o céu e teve um tremendo susto.
As nuvens se acumularam, depois se abriram num facho de luz e uma trombeta foi ouvida, em maravilhoso som, jamais escutado antes por aquela esguia octogenária, cujo corpo estava cada vez mais folgado dentro do longo vestido de lã azul celeste. Olhou em volta e viu que alguns transeuntes da Kurfstendam, de repente desapareceram, como bolas luminosas sugadas pela abertura lá de cima. Ela sentiu uma tremenda urgência em falar de Cristo à filha, que procurava, ansiosamente, pela garota ao seu lado, a qual havia se convertido a Cristo através da avó, e agora fora arrebatada aos céus pelo Rei dos reis e Senhor do senhores. Marybíblia só teve tempo de falar: “Filha, a nossa menina foi arrebatada por Jesus. Você tem apenas alguns segundos para crer que Ele é o Filho de Deus, o Messias de Israel, antes que seja tarde demais“. A filha olhou-a atordoada e respondeu: “Ora, mãe, sua neta some no meio da multidão e a Sra. ainda me vem com essa história de religião? Deixe de ser fanática!“.
Mal havia pronunciado essas palavras, viu sua mãe ser arrebatada, transformada, também, numa bola de luz. Caiu de joelhos chorando, enquanto milhares de pessoas se acotovelavam, olhando para o céu e se indagando que fenômeno fantástico era aquele, sem se aperceberem de que muitos transeuntes haviam desaparecido, naqueles poucos momentos.
A verdade é que o Senhor Jesus Cristo acabava de cumprir Sua promessa e tinha arrebatado, para estar com Ele, todos os que haviam crido em Seu Nome e aceitado o Seu sacrifício vicário na cruz, como total e suficiente para serem salvos.
Voltando para casa, em meio à tremenda confusão que reinava em toda parte, a filha de Marybíblia ia pensando como tudo aquilo pudera acontecer. Chegando em casa apanhou a Bíblia da mãe e foi lendo os capítulo 4 e 5 da Segunda Tessalonicenses sobre a ressurreição dos mortos e a Segunda Vinda do Senhor. Depois correu para o capítulo 13 do Livro de Apocalipse, a fim de conferir sobre o governo mundial que operava, já há algum tempo, através do controle financeiro da Europa e das Américas, estendendo-se por todo o planeta. Pensou no seu “Omni Card.” usado para as compras diárias. Também se lembrou que a caixa de uma loja lhe havia falado a respeito de uma nova invenção, que iria abolir todos os cartões de crédito, quando entrasse em vigor um scanner que lia certa marca impressa na mão (ou na testa) de cada comprador e sobre o qual as firmas já estavam instruindo os seus funcionários.
De repente, seus olhos se abriram, e, então, ela pôde entender o que a sua mãe, Marybíblia, lhe havia falado tantas vezes. Só que era tarde demais! Aquele judeu chamado Jesus, que ela tanto havia desprezado, agora não lhe daria mais a salvação gratuita que havia dado aos membros de sua família. A Dispensação da Graça havia vigorado por dois mil anos, desde a morte de Jesus no Calvário. Estava de volta a Dispensação da Lei, na qual seriam exigidas fé mais obras para a salvação de cada alma. Agora, com o novo governo mundial, que estava se instalando na Europa, o qual iria governar o mundo inteiro com mão de ferro, os cristãos voltariam a ser perseguidos, como nos primeiros séculos do Cristianismo, e ninguém poderia ser salvo, a não ser pelo sacrifício de sua própria vida. Sim, seriam perseguidos todos os que não aderissem à “operação do erro”, aceitando a marca da besta em sua mão ou testa, para em seguida se curvar diante do novo ditador, em idolátrica adoração. Na verdade, um certo candidato a Governador Geral da Europa, conhecido como “o poderoso homem”, amigo íntimo de “Sua Santidade”, era tido como milagroso, curando enfermos, transformando a água salobra da Alemanha em água cristalina e doce, igualzinha à de Teresópolis (RJ) e à do Crato (Ceará), e até transformando aquele lixo alemão, (depositado em seis latões diferentes), numa pasta branca e perfumada, que lembrava o Creme Nívea, que os alemães pronunciam “Nivea”.
A filha de Marybíblia sentiu-se arrasada, e, agora, totalmente convencida, de que sua mãe não era uma fanática religiosa, como sempre havia imaginado, mas uma conhecedora da Bíblia, Livro que lhe havia dado a certeza da salvação e transportado aos céus, para estar com Cristo, apesar de todo o seu temperamento agressivo e de sua falta de paciência com as filhas e os netos, que tanto a respeitavam.
Amados, esta parábola pode se concretizar, tornando-se a minha própria história de vida.
Teresópolis, agosto 2012
Mary Schultze
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